altar de cinzas

Fui batizado com sangue.
Sobre a minha testa escorreram fluidas as entranhas de outrem,
Estranhas de mim mesmo.
Meu cabelo ficou empapado dum brilho denso.
Minha cabe�a cobriu-se dum vermelho negro,
Os fios molhados me tomaram o pesco�o e o peito.
Deixaram-me, assim, sozinho com frio no altar.
Desci.
E fui caminhar por entre os bancos,
Onde um surdo jogava xadrez com a rainha da Inglaterra.
Olhei para tr�s e vi pegadas vermelhas, repetidas e diferentes.
Elas juntaram-se todas em tr�s pequenas po�as.
Come�aram a borbulhar at� que desapareceram.
Deixaram no seu lugar um sino, uma orquestra sinf�nica e uma vaca.
Sacudi a cabe�a, sangue sobre as santas,
E fui falar com o maestro,
Que disse que eu deveria era falar com a vaca.
Eu me recusei, peguei o sino e toquei.
A vaca veio me falar que o sino era dela.
Eu corri at� a porta mais pr�xima.
Mas ela me alcan�ou,
Deu-me um coice na barriga e me matou.