au théâtre
Se a morte esconde o lado escuro da lua, vamos ao teatro vê-la mais de perto.
FATO.:: Uma peça de dança contemporânea baseada no improviso do grupo. Há um roteiro a ser seguido, mas esse roteiro é totalmente esburacado. Isso permite que cada bailarino tenha espaço para proferir a sua criação com as vozes musculares-cardíacas do instante exato. Nesse espetáculo-conceito, a arte é criada à nossa frente. O choque pode ser grande, mas sem dúvida é uma experiência interessante. Os corpos entregues a isso atendem pelos nomes de Thais Petzhold, João Fernando Filho, Carla Vendramin, Heloisa Gravina, Marco Fillipin e Tatiana Rosa. No Renascença, sábado e domingo, às 21h.
O canto do cisne:: Antes da morte, o cisne executa um canto que já inspirou várias artes a acontecerem como obra. Antes da morte, um ator veterano, de meia idade, revê os papéis que executara. Um balanço melancólico sobre sua vida de bufão. Uma reflexão sobre o trabalho do ator, sobre o descentramento nescessário na arte de mostrar ao vivo. Em alemão, der Schauspieler, o ator, é aquele que brinca (spielen) com o olhar (schauen). Joguete visual que encarna o próprio deixar de si para ser outra coisa. Deslocar o ponto de vista, mudar o ângulo de visão. Passar a ver a partir de outro lugar, que não o seu, esse é o trabalho do ator. Uma noção que se estende a todos os trabalhos, e a todas as línguas, e a todas as artes. A morte de um gerando a vida de outro. No Teatro de Arena, terça, quarta e quinta, às 20h.